Quando o tiro sai pela culatra dos ‘superpoderes’ e os danos em adoçar o autismo
Recentemente, alguém me disse que eu deveria ser grato por ser autista, pois é um superpoder. Fiquei pasmo que alguém pudesse ser tão ignorante em relação às dificuldades que o autismo pode trazer à vida de alguém, mas descobri que esta era uma crença comum entre pessoas neurotípicas. Embora o autismo possa vir acompanhado de dons e algumas habilidades aprimoradas, para a maioria de nós, o autismo pode ser incapacitante e afetar a qualidade de nossas vidas.
Algumas pesquisas realmente descobriram que 46% das crianças com autismo tinham um talento ou força relatado pelos pais (referidos como “talentos extraordinários”) nas áreas de memória, ciências e leitura, mas os “talentos extraordinários” não superam os desafios e dificuldades que advêm de ser autista. Para mim, fui colocado no ‘dotado e talentoso’ programa quando criança, embora eu não soubesse que era autista, e embora meu autismo tenha me permitido me destacar na academia, ele me impediu de reconhecer sinais sociais, de sentir que me encaixava e de fazer amigos. Meu autismo tem sido a causa de desafios sensoriais, colapsos e esgotamentos autistas ao longo da vida, e então, quando alguém chama meu autismo de superpoder, isso me enfurece.
